Busca por condomínios fechados impulsiona o mercado em Curitiba
Em alta desde a pandemia, imóveis em condomínios fechados na capital e região metropolitana atraem famílias em busca de espaço
Tramita na Câmara Municipal de Curitiba um projeto de lei que busca regulamentar na cidade a aplicação de um dispositivo da Lei da Regularização Fundiária Urbana (Reurb). Isso facilitaria a aprovação de condomínios horizontais em Curitiba.
A lei federal 13.465/2017, conhecida pela sigla Reurb, foi elaborada para enfrentar o problema social das moradias irregulares. Na prática, ela alterou diversos trechos de normas infraconstitucionais, amparando o registro dessas áreas pelas famílias que as ocupavam, criando ainda a figura do “condomínio de lotes”.
O projeto de lei reflete uma demanda que segue em alta desde a pandemia: a busca de famílias por um imóvel em condomínio fechado. Dentre os atrativos, segundo especialistas do mercado imobiliário, estão a segurança, a qualidade de vida e mais espaço de áreas verdes.
“São imóveis desejados e disputados, produtos muito vendáveis que ficam pouco tempo à disposição. Esse desejo aumentou porque são casas que costumam ter áreas maiores, mais espaço com área verde, características que o isolamento social tornou essenciais para os ambientes domésticos”, avalia Carlos Eduardo Canto, presidente da Confraria Imobiliária de Curitiba.
O aumento na busca por condomínios vem impulsionando não só o mercado da capital, mas o da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). “Em virtude de serem áreas mais difíceis, com aprovação do plano diretor, e diante das facilidades de acesso na RMC, as pessoas têm ido para lá. É possível comprar uma área maior do que em Curitiba pelo mesmo preço: por exemplo, uma casa de 120m² pelo preço de uma de 90m² aqui.
E há mais disponibilidade, são condomínios construídos por incorporadoras referencias na região. Os moradores só saem para trabalhar, deixando a família em segurança. Os condomínios estão cada vez mais completos, se tornando clubes, com toda infraestrutura necessária para atender às necessidades das pessoas”, ressalta Canto.
Lorenzo Madalosso, fundador da Floresta Incorporadora, afirma que as facilidades do trabalho em home office também ampliaram as possibilidades de moradia.
“O mercado digital faz com que a gente não precise ir para o centro da cidade comprar coisas, é tudo pela internet. Isso permite às pessoas poder morar mais longe, ter suas hortas, jardins, o que não era tão possível há alguns anos. Temos clientes que moram em Curitiba e trabalham para empresas dos Estados Unidos, Europa e Oriente Médio. Hoje temos escassez de imóveis, mas quando há lançamentos em condomínios, vende logo”, explica.