Política

Ambiente Político nos Condomínios: 4 dicas para lidar com a situação

Quem vivencia o dia a dia da gestão condominial sabe que as tomadas de decisões do síndico são diretamente influenciadas por uma série de fatores. Muitos desses fatores são claros e objetivos, como por exemplo, a questão financeira do condomínio. Olhando para os números, o gestor sabe – ou deveria saber na maior parte dos casos – de modo direto qual a melhor decisão a ser tomada num determinado contexto.

Ocorre porém que existem outras influências que muitas vezes não são tão claras assim, mas que afetam sobremaneira os trabalhos da administração. Dentre essas influências, não podemos deixar de citar a influência política e é sobre ela que trataremos brevemente neste texto.

Tomando por base o pensamento do filósofo grego Aristóteles, “(…) vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e toda comunidade se forma com vistas a algum bem (…)”. Ousando extrair o pensamento aristotélico e trazer para a nossa realidade condominial, experimente substituir a palavra “cidade” por “condomínio” e veja como a frase continua a fazer todo sentido.

Pois bem, a frase citada consta da obra clássica “A Política”, de autoria do pensador grego.

 

Em termos simples podemos definir a política como a arte de governar e governar bem. Somos seres políticos em essência, pois gostamos de governar. Seja o governo de uma nação, de uma grande corporação, de um grupo qualquer, de nossa casa ou até mesmo da nossa própria vida, o fato é que a prática do governo nos atrai. O que dizer então do governo de um condomínio?

 

Apesar de vivermos tempos de verdadeira descrença na política partidária em nosso país, o fato é que a política de que tratamos aqui passa bem longe dos estratagemas para atendimento de interesses pessoais ou grupais espúrios.

 

Falamos aqui da política levantada por Aristóteles e tantos outros pensadores. A política essencial. A boa política. A arte de governar e se relacionar.

Sendo assim, vemos que somos todos políticos e fazemos política frequentemente em nosso dia a dia.

Constatando que somos seres políticos, resta-nos agora procurar entender como a política influencia a gestão de um administrador de condomínios.

Primeiramente deve-se levar em conta que a assunção ao cargo se dá por escolha majoritária, em processo eleitoral. O Código Civil Brasileiro em seu artigo 1.347 assim prevê: “A assembléia escolherá um síndico, que poderá não ser condômino, para administrar o condomínio, por prazo não superior a dois anos, o qual poderá renovar-se”.

 

Tal qual na Grécia antiga, a assembleia (lá denominada Eclésia) decide quem será o síndico, o “governante”, o representante da coletividade. A este síndico é atribuído um mandato, com poderes de representação. Ele atua em nome dos moradores, zelando pelo patrimônio comum e fazendo cumprir as normas internas.

 

Obviamente este representante sofrerá invariavelmente influências políticas em seu trabalho. Algumas influências são sadias e recomendadas, a exemplo das críticas formuladas com o intuito real de auxiliar o trabalho da gestão.

 

Outras são prejudiciais ao extremo, a exemplo de boatos, fofocas e comentários desrespeitosos. Estas muitas vezes decorrem de grupos insatisfeitos com a eleição do síndico e que buscam exclusivamente desestabilizar o trabalho da gestão com propósitos egoísticos.

 

Para construir um trabalho sólido, o síndico deve evitar ao máximo dar excessiva atenção a esses comentários desnecessários. O ideal é ignorar esse tipo de comportamento.

 

Naturalmente é importante que ele sonde periodicamente o que os moradores pensam da gestão, porém essa sondagem deve culminar num filtro que elimine aquilo que for improdutivo, focando apenas nas críticas que podem levar a uma construção melhor do trabalho.

 

O síndico deve evitar participar de fofocas e comentários negativos. Sua postura deve ser sempre profissional.

 

DICAS DE ATUAÇÃO PARA UMA GESTÃO PROFISSIONAL E IMUNE ÀS INFLUÊNCIAS PREJUDICIAIS

1. Utilize canais oficiais de comunicação:

Caso haja alguma observação a ser feita por um morador, solicite que ele o faça pelos meios oficiais de comunicação do condomínio para que assim você possa efetivamente adotar providências concretas.

 

2. Seja sempre imparcial em seus comentários e abordagens

De igual modo, evite tratar os condôminos com parcialidade, inclusive os seus opositores mais obstinados. É importante que o síndico dispense respeito no trato com todos os moradores.

3. Ouça a todos com atenção

 

Compreenda que o seu papel enquanto síndico é profissional. Evite levar as críticas para o lado pessoal. Esta é uma excelente maneira de fazer arrefecer as críticas à sua gestão, pois muitas vezes a queixa central baseia-se na dificuldade de ser ouvido pelo síndico. Ouvir com atenção, mesmos os opositores, faz toda a diferença.

4. Tenha práticas de transparência como alidadas

 

Por fim, seja o mais transparente possível em sua gestão. Quanto mais informações os condôminos tiverem, sobretudo do andamento financeiro do condomínio, mais confiança eles terão o seu trabalho.

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